Injustiça, impunidade, mortes, preconceito, maus-tratos, torturas, é sobre isso que fala o livro-reportagem Bar Bodega, do jornalista Carlos Dorneles.
O livro relata a história de assalto e mortes que aconteceu no interior do Bar Bodega, um bar conceituado no bairro de classe média Moema, São Paulo, no ano de 1996.
Em agosto de 1996 cinco homens adentraram o local, roubaram pertences dos freqüentadores, incluindo jóias, relógios, dinheiro. Porém, isso não foi o mais grave. Os assaltantes fizeram duas vítimas fatais.
A jovem estudante de odontologia Adriana Ciola e o dentista José Renato Tahan foram mortos com tiros, sem piedade.
A polícia, com a gana de solucionar rapidamente o caso, prendeu o menor Cléverson, totalmente inocente na história. Como Cléverson já tivera problemas com a polícia, policiais acharam que ele estava envolvido no crime do Bar Bodega. Realmente, neste crime Cléverson era inocente.
Mas, com a pressão por parte da polícia, dos familiares das vítimas e da imprensa, e com as torturas que sofria foi praticamente obrigado a confessar o que não sabia. Cléverson acabou por confessar um crime que não cometera para se livrar dos maus-tratos que passava na prisão. E assim entregou outros dois rapazes, também inocentes. Esses dois rapazes também foram igualmente torturados, que também como saída para acabar com os espancamentos denunciaram outros rapazes. Isso aconteceu sucessivamente, até que resultou na prisão de NOVE acusados.
Embora as testemunhas do acontecido afirmassem que havia cinco, e não nove homens no local, na hora do assalto e mortes. Muitos deles não tinham nenhum problema com a polícia, todos eram inocentes, muitos nunca tinham ouvido falar no tal Bar Bodega. As únicas fontes consultadas pela imprensa foram a polícia e algumas testemunhas. Porém, pressionados pelo depoimento algumas pessoas com certa incerteza diziam reconhecer alguns dos acusados. A imprensa não deu trégua. Todos os dias a mídia noticiava incessantemente o acontecido. Divulgavam que os acusados confessaram o crime com frieza, sem remorsos.
Os acusados foram submetidos a vários interrogatórios, e a cada vez a história parecia tornar-se o mais próximo do que poderia ter acontecido, a história era aperfeiçoada para passar maior credibilidade, mesmo sendo inocentes. O desfecho da história se deu por conta da investigação sigilosa do promotor Eduardo Araújo da Silva, juntamente com a ajuda da Polícia Militar, que conseguiram obter de outras fontes os nomes dos verdadeiros criminosos. Em nenhum momento a imprensa divulgou que segundo as testemunhas os assaltantes eram brancos, quando na verdade haviam prendido rapazes negros e mulatos.
A mídia foi conivente com a injustiça e impunidade das informações. Por serem pobres, negros e moradores da periferia, os acusados tinham vários fatores contra eles. O preconceito era claro, pois muitos pobres sofrem com os mesmos crimes, e no entanto, a mídia não noticia, dá privilégio a quem tem mai$. Após meses, o caso foi solucionado e os verdadeiros criminosos foram parar atrás das grades. No entanto, a vida dos nove jovens inocentes nunca mais foi a mesma.
Mesmo estando os verdadeiros assassinos presos, os rapazes ficaram marcados como possíveis criminosos do caso Bodega. Após o esclarecimento dos fatos, a mídia não se retratou, os torturadores não sofreram qualquer tipo de punição, e até hoje os únicos dois acusados que entraram na justiça, não receberam nenhuma indenização.
Esse é mais um caso onde a imprensa com ânsia de noticiar os fatos antes de qualquer veículo, pecou, não apenas por divulgar dados incorretos, mas também por fazer o julgamento do caso. Como no também conhecido caso da Escola Base, retratado no livro de mesmo nome de Alex Ribeiro, onde seis pessoas tiveram suas vidas viradas de cabeça para baixo ao serem acusados de molestar algumas das crianças da escolinha, a injustiça foi feita.
No acontecido da Escola Base foi comprovado que todas as possíveis pessoas envolvidas no fato eram inocentes, mas isso já não tinha importância para a sociedade, que queria justiça a qualquer preço, sem se importar se de fato era verdade, se haviam culpados. Ao contrário do que é apresentado, a imprensa tem o papel de noticiar o fato, procurar mostrar todos os lados do acontecimento, não se limitar em buscar informações com somente uma fonte. No entanto, como diz Carlos Dorneles no livro: “Se há uma fantasia maior, uma mentira mais poderosa, um mito mais vulgar, é o de que a imprensa só retrata”.
Mas, com a pressão por parte da polícia, dos familiares das vítimas e da imprensa, e com as torturas que sofria foi praticamente obrigado a confessar o que não sabia. Cléverson acabou por confessar um crime que não cometera para se livrar dos maus-tratos que passava na prisão. E assim entregou outros dois rapazes, também inocentes. Esses dois rapazes também foram igualmente torturados, que também como saída para acabar com os espancamentos denunciaram outros rapazes. Isso aconteceu sucessivamente, até que resultou na prisão de NOVE acusados.
Embora as testemunhas do acontecido afirmassem que havia cinco, e não nove homens no local, na hora do assalto e mortes. Muitos deles não tinham nenhum problema com a polícia, todos eram inocentes, muitos nunca tinham ouvido falar no tal Bar Bodega. As únicas fontes consultadas pela imprensa foram a polícia e algumas testemunhas. Porém, pressionados pelo depoimento algumas pessoas com certa incerteza diziam reconhecer alguns dos acusados. A imprensa não deu trégua. Todos os dias a mídia noticiava incessantemente o acontecido. Divulgavam que os acusados confessaram o crime com frieza, sem remorsos.
Os acusados foram submetidos a vários interrogatórios, e a cada vez a história parecia tornar-se o mais próximo do que poderia ter acontecido, a história era aperfeiçoada para passar maior credibilidade, mesmo sendo inocentes. O desfecho da história se deu por conta da investigação sigilosa do promotor Eduardo Araújo da Silva, juntamente com a ajuda da Polícia Militar, que conseguiram obter de outras fontes os nomes dos verdadeiros criminosos. Em nenhum momento a imprensa divulgou que segundo as testemunhas os assaltantes eram brancos, quando na verdade haviam prendido rapazes negros e mulatos.
A mídia foi conivente com a injustiça e impunidade das informações. Por serem pobres, negros e moradores da periferia, os acusados tinham vários fatores contra eles. O preconceito era claro, pois muitos pobres sofrem com os mesmos crimes, e no entanto, a mídia não noticia, dá privilégio a quem tem mai$. Após meses, o caso foi solucionado e os verdadeiros criminosos foram parar atrás das grades. No entanto, a vida dos nove jovens inocentes nunca mais foi a mesma.
Mesmo estando os verdadeiros assassinos presos, os rapazes ficaram marcados como possíveis criminosos do caso Bodega. Após o esclarecimento dos fatos, a mídia não se retratou, os torturadores não sofreram qualquer tipo de punição, e até hoje os únicos dois acusados que entraram na justiça, não receberam nenhuma indenização.
Esse é mais um caso onde a imprensa com ânsia de noticiar os fatos antes de qualquer veículo, pecou, não apenas por divulgar dados incorretos, mas também por fazer o julgamento do caso. Como no também conhecido caso da Escola Base, retratado no livro de mesmo nome de Alex Ribeiro, onde seis pessoas tiveram suas vidas viradas de cabeça para baixo ao serem acusados de molestar algumas das crianças da escolinha, a injustiça foi feita.
No acontecido da Escola Base foi comprovado que todas as possíveis pessoas envolvidas no fato eram inocentes, mas isso já não tinha importância para a sociedade, que queria justiça a qualquer preço, sem se importar se de fato era verdade, se haviam culpados. Ao contrário do que é apresentado, a imprensa tem o papel de noticiar o fato, procurar mostrar todos os lados do acontecimento, não se limitar em buscar informações com somente uma fonte. No entanto, como diz Carlos Dorneles no livro: “Se há uma fantasia maior, uma mentira mais poderosa, um mito mais vulgar, é o de que a imprensa só retrata”.
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