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Sem hora certa pra ser feliz

Os meus dias são muito mais alegres quando há sol, céu azul e o colorido de um dia bonito. Gosto de chuva, mas para ficar em casa, aconchegada, debaixo das cobertas curtindo um filme, série ou na companhia de um livro. Dias chuvosos me desmotivam a sair de casa, a querer fazer qualquer coisa que não seja ficar em casa de pijama. Sou daquelas pessoas que realmente saio de casa obrigada nos dias de chuva, quando é realmente necessário. Então na última segunda-feira tinha um compromisso agendado com ansiedade: uma visita à uma exposição de Van Gogh, no Shopping Praia de Belas em Porto Alegre. Agendei a visita no domingo, lindo dia de sol, reservei três ingressos, para mim, meu namorado e nossa afilhada. Todos empolgados, primeiro pela exposição, segundo por sair de casa já que estamos há tanto tempo entocados no lar. E chegou a segunda-feira, nublada, estranha, sem sol, nuvens escuras indicando a vinda da chuva logo. A princípio fiquei desmotivada, tínhamos outros planos, caminhar p
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Silenciar é preciso

Não estamos consumindo com qualidade, e falo no sentido mais abrangente da palavra. Temos livros, músicas, filmes e séries de qualidade e atuais. Mas, muitas vezes não estamos presentes quando consumimos este tipo de conteúdo. A mente está em outro lugar, na prova a ser feita, no boleto que vai vencer, nos afazeres da casa. Esses dias tentava lembrar o título de um livro que acabei faz pouco tempo. Não fosse meu bloquinho de anotações, não lembraria. Gostei do livro, o que é mais surpreendente ainda o fato de não lembrar o nome. Queremos ser produtivos, estudar, ver filmes, maratonar todas as séries, ler, mas às vezes é preciso dar um pause. Frequentemente escuto uma música já pensando na próxima, e quando me dou conta, volto no início para curtir melhor. Até mesmo na hora da refeição só engolimos o que está em nosso prato, sem sentir o gosto e prestar atenção ao que aquele sabor nos desperta, pois estamos mexendo no celular, vendo todas as redes, ou preocupados com algo. Parece exag

Um laço de fita e uns rabiscos

Desde criança sempre gostei de estar com uma caneta ou lápis rabiscando papéis e livros que meus primos me emprestavam para eu aprender a ler. Os que não tinham mais utilidade para eles, eram passados a mim, e eu me divertia com aquilo, ficava encantada. Isso é uma das coisas que temos em comum eu e minha sobrinha, além do gosto pela escrita, canetas e afins. Lavínia hoje tem doze anos, fará treze em julho. E desde que despertou o interesse pelas letras, preciso aceitar e dividir com ela cadernos, canetas, post-its. Sempre muito carinhosa, já nos primeiros rabiscos queria fazer cartinhas para os avós, meus pais. Toda semana chegava com um papel colorido dobrado em formato de envelope, decorado com adesivos e algumas palavras. Ela mora em Salvador do Sul, e vem toda sexta-feira passar o final de semana com a gente e com o pai, que é meu irmão. Ele também recebia muitos bilhetes e cartas, até mesmo fora de datas especiais. Brincávamos que era impossível guardar tudo. Mas, eu não re

Vergonha

Vergonha. Foi esse o sentimento que senti hoje. Tinha saído do trabalho lépida e faceira por ser meu primeiro dia de férias, quando fui abordada por um rapaz. Suas roupas esfarrapadas e sujas me fizeram o julgar assim, à primeira vista. Sem querer, dei um passo para trás. Não era intenção, mas foi uma ação instintiva. – Moça, não se preocupe, eu não sou ladrão – foi o que ele me disse. Senti vergonha por ter agido com um pré-conceito. A maioria das pessoas age assim quando vê alguém fora das condições aceitas pela sociedade. Não acredito que ele fosse um ladrão ou tivesse qualquer intenção de me fazer mal. Pessoas assim como ele são invisíveis aos olhos dos outros. Eu olhei para ele e seus olhos eram tristes, de alguém que não estava pedindo dinheiro por apenas querer, mas que fazia porque era uma necessidade. Sensibilizei-me com seu olhar e com aquelas oito palavras. Dei a ele todas as moedas que tinha na carteira, no momento era o que eu tinha. Temos o hábito de pré-jul

Chega de blá, blá, blá

Após 21 anos – do movimento Caras Pintadas, do impeachment de Collor –, o Brasil finalmente saiu do seu estado entorpecente de resignação e acordou para o que verdadeiramente importa. Chega de novelas, futebol, carnaval e BBB. O país vive realmente um momento histórico. O que começou pelo protesto Movimento Passe Livre, contra as tarifas abusivas do transporte público, tornou-se algo muito maior. Hoje, as manifestações não são mais apenas pelos R$ 0,20. Hoje, os brasileiros lutam contra a corrupção, por um sistema de saúde eficiente; por uma educação melhor; por uma justiça igualitária; contra a exclusão social; por poder sair às ruas tranquilamente, sem ter medo de ser assaltado; por melhores salários para os professores e operários; contra os altíssimos investimentos em Copa do Mundo e carnaval; contra a falta de estrutura física em favor dos deficientes físicos; contra os altos impostos que pagamos; contra a impunidade; contra a PEC 37; contra o ‘jeitinho brasileiro’.

Pérolas do trem

Todas as manhãs é inevitável a aglomeração de pessoas no trem com destino a Porto Alegre. Às vezes não é possível ler nem dormir, então só resta ouvir as conversas alheias. Hoje foi um desses dias. Peguei o trem vazio em Sapucaia, sentei, tentei dormir. Logo entraram três mulheres e pararam na minha frente, não consegui dormir por causa de suas conversas. A princípio veio a irritação, mas em seguida deixei a curiosidade tomar conta de mim e fiquei a ouvir a conversa. Estavam tão próximas a mim, não havia como evitar. Falaram tantas coisas, tantos absurdos, que preciso enumerá-los. Primeiramente, falavam de alguma conhecida, que, para elas não estava dentro do padrão de beleza ditado pela sociedade, a moça em questão – segundo elas – é gorda. Comentavam sobre suas roupas, como se elas tivessem alguma coisa a ver com isso. Diziam que a moça não se vestia adequadamente, que usava roupas curtas, justinhas. Uma delas disse ‘ela está sempre com o rabo de fora’, extremamente

Um dia uma história me encantou

Uma linda e encantadora história de amor entre dois grandes amigos. Esse é o tema do livro Um dia , de David Nicholls, que deu origem ao filme de mesmo nome estrelado pelos lindos atores Anne Hathaway e Jim Sturgess. E eu preciso externar tudo o que senti ao ler o livro e ver o filme. Começando pelo livro. Algum tempo atrás tinha ouvido falar na obra, achei interessante e anotei o nome, e ficou por aí. Até que comecei a ler vários comentários positivos sobre o livro, que a essa altura, já era best-seller nos Estados Unidos. Quando soube que a história tinha se transformado em filme, houve um interesse maior de minha parte, e decidi comprar o livro. Comprei pensando apenas “é mais um livro para a minha estante”. Iniciei a leitura e logo a história de Emma Morley e Dexter Mayhew me fascinou. O autor David Nicholls criou uma narrativa extremamente interessante e, no meu ponto de vista, diferente. A história de Emma e Dexter começa na noite de formatura da universidade,